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LETRA:
O Rio
Um rio passou diante dos meus olhos
Nos idos dias de minha infância
Ah! Meu Rio dos Remédios
Quanta pena de você
Um fio d'água, uma lágrima latente
A lágrima do povo sofrido
Que quase não podia atender
Os refugiados com fome e com sede
Estafados da vida e das promessas
E o milagre da chuva sem acontecer
A vida uma desventura entre eles e você
Ah! Meu rio, teu corpo esquelético
De onde traz tanta dor?
Me dá mais um pouco do teu sangue
Teu corpo, as cacimbas, de tanto amargor
A dor que levou homens à distâncias
Que carregou as tuas crianças
Das sombras das gameleiras
Do meio das malvas insistentes
Lapidando seus rostos
Os fazendo adultos antes do tempo
Um rio passou diante dos meus olhos
Qual sangria desatada e inclemente
Fruta temporã, sonho de uma manhã
Os braços fortes no afã de te encontrar
Mas sequer lhes destes chances de sonhar
Teu leito seco, tuas margens vazias
A cidade sequer te vivia
A cidade sequer te bebia
Ah! Meu rio, teu corpo esquelético
De onde traz tanta dor
Me dá mais um pouco do teu sangue
Teu corpo, as cacimbas de tanto amargor
A dor que levou homens à distâncias
Que carregou as tuas crianças
Das sombras das gameleiras
Do meio das malvas insistentes
Lapidando seus rostos
Os fazendo adultos antes do tempo